quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Que sejamos brasileiros


A Copa do Mundo do Brasil foi um aperitivo para as Eleições realizadas no mês de Outubro. Amantes do futebol que não fizeram questão de demonstrar torcida para a seleção nacional foram duramente criticados e julgados como traidores da pátria e alvo do histórico discurso do “ame-o ou deixe-o”. Pois não há sentido em tecer esse tipo de julgamento se fizermos uma reflexão e chegarmos a conclusão de que o esporte é mero entretenimento. Arrigo Sacchi, lendário técnico italiano, é o autor da mais explicativa frase que envolve o assunto. “O futebol é a coisa mais importante, dentre as coisas menos importantes”. Mas o pior ainda estava por vir.

Em uma nação culta, com prioridades definidas, assistir a um debate entre presidenciáveis tem mais relevância do que torcer pelo time de futebol do país em um simples jogo. Todavia a discussão na mesa de bar é muito mais pautada pela análise do esquema de jogo da seleção, do que pelas propostas apresentadas por um candidato. Os radicais acharam um absurdo o futebol tradicional dos domingos acontecer no sábado, por conta das eleições. O alento foi a não utilização da Lei Seca em todo o estado, o que fez os defensores do esporte mais popular do mundo votar cedo e irem ao bar mais próximo repercutir o futebol do sábado.

Os sulistas ouvem dos extremistas a volta do movimento “O Sul é o meu país”. As justificativas são a alta economia gerada pela parte sul do país e a utilização de recursos aqui produzidos em políticas de incentivo econômico para partes pobres da população. Esse e outros fatores geram um enorme preconceito por parte dos radicais em relação às camadas necessitadas da população e o patriotismo, nesses casos, vai água abaixo.

É vergonhoso e desanimador ver que o interesse próprio está acima de qualquer valor nacionalista. Cabe ressaltar que há opiniões com base em fatos e que valem a discussão. Porém, quando o preconceito e a xenofobia se sobrepõem, o resultado é catastrófico e triste.

Nos falta patriotismo, cidadania e respeito. Nos falta, vejam só, um velho lema do futebol, que – esse sim- se leva a sério. No esporte, se diz que quando um vence todos vencem e quando um perde todos perdem. Se o brasileiro priorizasse o bem geral em detrimento de si próprio, evoluiríamos. Independente de quem ganhasse o cargo presidencial.

#MatheusAguiar

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