quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Entrevista com Ildo Silva da Silva

O gaúcho Ildo Silva da Silva é um dos jornalistas mais experientes de Tubarão. Natural de Viamão, na grande Porto Alegre, o profissional de 52 anos já atuou em diversos estados do país, inclusive no Distrito Federal. Atualmente trabalha na Unisul como professor, diretor da Unisul TV e Assessor de Promoção e IC da universidade. O jornalista conversou com o blog sobre assuntos diversos relacionados a política atual do país. Na pauta está a Petrobrás, bancos públicos, previdência, entre outros. Boa leitura!


EP: Recentemente, mais um escândalo foi exposto na mídia: o da Petrobrás. O que o senhor considera como solução ideal para a empresa: privatização definitiva: estatização, ou sendo controlada em sua totalidade pelo governo federal?

IS: A empresa é de economia Estatal, mas de economia mista. Tem por sócios o governo, a iniciativa privada e milhares de trabalhadores que investiram os recursos do FGTS. Deve ser mantida assim, com maioria das ações nas mãos do Estado. O petróleo é um produto essencial para o desenvolvimento do país, das tecnologias, etc. Participa com distribuição de renda e riquezas nas cidades onde atua. O que falta é correção na condução da empresa. Pode haver corrupção no setor público, conforme estamos assistindo, mas também no setor privado. Falta tratar a empresa com seriedade. O Brasil precisa de uma política e de uma legislação mais severa para combater os crimes de corrupção, especialmente no setor público.

EP: Ainda sobre a Petrobrás, como você avalia a estratégia do governo federal em relação as grandes empresas do país. Privatizar seria a solução?

IS: Depende do setor. Acredito que a privatização do setor de telefonia foi acertado. Em relação ao Banco do Brasil e CEF sou contra. Em relação a Petrobras sou contrário, conforme já exposto. O estado precisa mostrar maior preocupação com a Saúde, a Segurança e a Educação. Temos dezenas de Universidades públicas onde a folha de pagamento supera 105% do orçamento. Isso não pode persistir. O patrimônio Público é da população e não pode ser tratado desta forma.

EP: Por que é necessário uma reforma na previdência?

IS: O maior problema da Previdência Social não é a falta de arrecadação em relação aos pagamentos aos aposentados e aos pensionistas. O maior problema é que o presidente da vez, ao identificar o volume de recursos na conta da previdência dos trabalhadores brasileiros, faz uso dos recursos, com desvios, corrupção e não devolve os valores retirados. Aí o sistema quebra. Falta seriedade em relação a questão. Quem não trabalha a vida inteira se aposenta da mesma forma. Os servidores públicos contribuem um pouco e se aposentam com salários integrais, na maioria das vezes, com somas milionárias. Não tem caixa da Previdência que suporte estes achaques todos.

EP: Você acredita que a divulgação de pesquisa eleitoral pode influenciar na hora do voto?

IS: Acredito sim que a pesquisa influencia o resultado da votação. Contudo, só quem reclama da pesquisa é quem não está na frente nestas pesquisas.

EP: O desinteresse do jovem hoje na política se deve a sujeira que vem sendo mostrada na mídia. Qual seria a solução para reacender a vontade de querer saber mais sobre política nos jovens de hoje?

IS: Vamos entender que a mídia cumpre um papel social da maior relevância. Controle da mídia determina controle da informação e isso vira ditadura. Fiscalizar governos é papel dos legislativos e julgar é do Judiciário. Compete ao jornalista e aos veículos de comunicação flagrar representantes do povo se locupletando com o dinheiro do povo. Não importa o governo. O papel da mídia é o mesmo. Só reclama quem é governo e é flagrado em ação. O jovem e os mais vividos estão desestimulados. Mão não dá para desacreditar. Perder a esperança é acreditar no fracasso da sociedade. É preciso despertar o espírito da cidadania e da participação.

EP: Você é a favor da redução da maior idade penal?

IS: Enquanto o Estado (municípios, estados e a União) forem incompetentes na geração de oportunidades iguais para todos, enquanto a educação se aproximar da catástrofe como vemos hoje, não houver dignidade para as pessoas, qualificação da mão de obra, justiça fiscal e social não vai adiantar promover a redução da maioridade penal. Os jovens brasileiros precisam de exemplos. Enquanto os traficantes e os políticos corruptos forem as referencias do país, pouco vai mudar. É preciso haver investimentos em educação e infraestrutura de lazer. Caso contrário vai faltar dinheiro para construção de presídios e aberturas de vagas no sistema carcerário. O sistema atual é montado para punir e não para reabilitar.


#Matheus Aguiar #IanSoprana #GuilhermeGuimarães

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